quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Universidade de Aveiro: “Um campus que pensa”.



Aqui na Universidade o respeito aos estudos é fundamental.

Estou alojado em um setor no qual ficam os apartamentos dos alunos. Sala pequena e confortável, com escrivaninha e uma lâmpada (abaju), um local para se deitar (necessário, claro!), uma janela que dar acesso visual a uma parte da universidade (foto abaixo).

No prédio onde ficam os apartamentos há aquecedores, um espaço (cozinha) para o lanche, banheiros (social) e uma tv (pouco usado pelos inquilinos). Neste local é perceptível, nas noites quando estou recolhido ao alojamento, o quanto se respeita o silêncio. Não se percebe sons de tv, rádios, ou celulares ligados. O silêncio é reinante neste ambiente; os alojamentos femininos e masculinos ficam no mesmo prédio, acessível por uma escada ou mesmo entre blocos contíguos. Entretanto, é cada qual nos seus quartos. Não há incômodos de gente conversando auto, sorrindo ou mesmo conversando sobre a vida do outro. Parece-me que a lei do silêncio aqui é seguida à risca. Em conversa, no refeitório, com um aluno (brasileiro) da pós-graduação desta instituição, perguntei sobre o porquê de tanto silêncio. O mesmo me respondeu que a lei do ‘evitar o barulho’, nas noites ou em horários de estudos, é exigida à risca. “Aqui”, disse ele, “se não for cumprido, você cai fora” (ipsi liter). Resumindo o que nosso colega falou em linguajar mais brasileiro ainda: “é cada um no seu quadrado”. O silêncio (sepulcral), muitas vezes, é quebrado pelo barulho da chuva ou do vento (mesmo que a noite seja sem chuva o silêncio é reinante). 

O que venho a destacar é o quanto se usa da tranqüilidade noturna, ou matutina e de leis rígidas do bom convívio (pelo menos nesta situação, acadêmica). Um ambiente aconchegante para estudos, aquecido e protegido do ambiente exterior (muito frio). Coisa que, em algumas instituições de ensino (em se falando de respeito para o momento do descanso e estudo), onde convivem alunos residentes no RN (pelo menos nos quais conheço) não se percebe isso.

Nos horários de atividades, na semana, as pessoas estão ocupadíssimas, parecem que todos estão atarefados e buscam manter tudo dentro dos prazos. Há grupos de alunos ou de professores conversando (ou mesmo de alunos e professores) em parte específica da universidade. Não sei informa o que cada um poderia estar conversando, mas, provavelmente – e já sabendo como eles se comportam no dia a dia desta Instituição - é possível que não seja sobre futebol, ou sobre a cachaça do fim de semana, ou mesmos as orgias da noitada.

A Universidade de Aveiro, localizada em uma cidade pacata (com pontos turísticos que dá gosto aos olhos de quem aprecia, local onde uma faixa de pedestre tem valor inestimável, com um ambiente propício para estudos) deixa valer a frase na qual está registrada em um letreiro no bloco da reitoria: “universidade de aveiro, um campus que pensa”. O verbo “pensar” faz jus, a meu ver, a um ambiente propício para tal. Aqui o povo não perde tempo com excessivas conversas. Todos andam rápido (hora por conta da chuva, ou do frio, hora por querer contribuir para uma universidade pensante) e, me parece, que eles tentam “com unhas e dentes” fazer valer a frase aqui citada. A meu ver, talvez exista “encucado” (registrado na mente) em cada estudante desta Universidade um lema contínuo e forte dizendo assim: “Estamos dispostos a ensinar. E você, está disposto a aprender?”.

Texto adaptado do original AQUI

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